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Exercício Físico Pós-COVID

Por Ricardo Shultz Martins


Mesmo após a recuperação da COVID a prevenção é necessária devido a possibildiade de reinfecção.


O SARS-CoV-2 ou, também, COVID-19 foi primeiro descoberto na China em 2019 e, agora, tornou-se um vírus pandêmico. Só no Brasil são mais de 13 milhões de casos e 350 mil mortes. Destes 13 milhões, acredita-se que 85% terão uma doença leve ou moderada com febre, tosse, dores no corpo e fadiga e 15% terão uma doença severa precisando de hospitalização e, até mesmo, intubação e ventilação mecânica. O que poucos sabem, porém, é que aproximadamente 80% dos infectados (nesse caso mais de 10 milhões de pessoas) terão algum tipo de comprometimento funcional como sequela pós-COVID - podendo alterar a capacidade de se exercitar. Após ser infectado e ter recuperado do COVID, a volta à atividade física deve ser lenta e gradual, começando com exercícios de intensidade leve e ir progredindo conforme a capacidade individual. É normal um atleta - de elite ou de final de semana - ou uma pessoa ativa querer voltar a rotina de treinos logo após receber alta do isolamento. Porém, é extremamente importante uma avaliação médica antes - especialmente se você desenvolveu um quadro mais moderado ou grave da doença. Porque? é necessário um período de descanso após ser infectado (mesmo após ter passado a quarentena) para que seu corpo se recupere por completo da infecção e diminua os riscos de complicações secundárias.

Quer um exemplo? uma das possíveis consequências do COVID é a miocardite (inflamação do coração) que, caso seja confirmado, requer um período de descanso que pode chegar a 6 meses e pode ser necessário um acompanhamento por até 2 anos. Caso uma pessoa não respeite esse período de recuperação, a miocardite pode evoluir para doenças mais graves - como a insuficiência cardíaca.

Tá, mas como devo proceder?

Primeiro de tudo, caso você tenha tido um quadro de COVID mais sério, é indispensável a avaliação médica para confirmar que seu corpo está pronto para voltar aos treinos. Após o aval médico, recomenda-se que a intensidade da atividade física seja leve (até 70% da frequência cardíaca máxima) pelas primeiras 3 semanas. Além disso, é aconselhável a inclusão de treinos para musculatura respiratória pelas primeiras 6-8 semanas - no mínimo.




Tá, já fiz minhas 3 semanas de "transição" e estou fazendo treinos para musculatura respiratória, e agora?

Para o exercício aeróbico, o ideal é que você progrida conforme sua necessidade e capacidade até chegar na diretriz de 150 minutos por semana de atividade aeróbica de intensidade moderada/vigor

osa (70-90% da frequência cardíaca máxima) dividida entre 3-5 dias na semana.

Já para exercícios de musculaçã


o, é recomendado 2-3 sessões de musculação por semana, 1-3 séries de 8-12 repetições focando nos exercícios de músculos maiores (como, por exemplo, costas, peito, pernas e abdomen). Além disso, é indicado, inicialmente, um descanso de 2 minutos entre as séries/exercícios para recuperação. O ideal é fazer progressõse na intensidade e/ou volume a cada 15 dias - sempre levando em conta a capacidade e evolução individual do p


aciente.

Vale lembrar que além da avaliação médica antes de voltar aos treinos, sempre procure um profissional qualificado para te auxiliar. Cada paciente apresenta uma evolução e recuperação diferente ao COVID - por isso, não existe prescrição de exercício físico generalizado, devendo ser, sempre, individualizado.




Ricardo Schultz Martins

  • Mestre em Fisiologia do Exercício pela Brock University.

  • Bacharel em Fisiologia do Exercício pela Acadia University.

  • Especialista em Suplementação Esportiva pela Dietitians of Canada.

  • Acadêmico de Medicina pela Universidade do Planalto Catarinense.


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