Empatia é o fenômeno cognitivo e emocional de buscar entender a experiência vivida por outra pessoa partilhando algo de seus sentimentos (artigo).
É um elemento da inteligência social que permite melhorar a capacidade de conexão. A empatia é uma operação mental complexa voluntária.
É diferente da simpatia, uma involuntária que eleva uma pessoa a sofrer junto com outra sem um senso claro de separação emocional.
A empatia é fundamental para o cuidado em saúde.
Nesse contexto ela representa o desejo genuíno de cuidar vendo o paciente como uma pessoa que precisa de sua ajuda e não mais um "trabalho a ser feito".
Ela permite o correto entendimento da experiência do paciente bem como a construção de uma comunicação adequada que possa ajudar o paciente a superar suas dificuldades.
Existem várias escalas construídas para medir a empatia em uma relação de cuidado.
Uma delas é a CARE - Consultation and relational empathy (artigo da versão em português).
Ela é aplicada ao paciente para medir sua percepção da consulta que acabou de ter com o profissional.
A CARE permite avaliar quatro dimensões do encontro com o profissional de saúde no que tange a empatia.
Essas quatro dimensões podem ser usadas também como fatores que devem ser treinados e melhorados na relação, um roteiro de recomendações a ser seguido na consulta:
· C - conectar - engajar ativamente na comunicação ajudando o paciente a se sentir à vontade e respeitado para que sinta um ambiente seguro o suficiente para contar sua história.
· A - avaliar - ouvir com interesse verdadeiro buscando compreender de verdade a situação, a perspectiva e preocupações do paciente.
· R - responder - comunicar-se de forma a responder com compaixão e atitudes positivas e honestas; explicar de forma clara esforçando-se para que o paciente atinja o entendimento.
· E - empoderamento - ajudar o paciente a se sentir no controle e com capacidade de gerar opções e decidir em conjunto sobre seu tratamento; estabelecer uma parceria de cuidado.
Um princípio central dessa abordagem é a FLEXIBILIDADE de entender que cada encontro é único.
Mesmo que estejamos acompanhando ou conversando com uma pessoa várias vezes sempre esse encontro é novo.
Precisamos nos adaptar, ter a sensibilidade e atenção para estar “de novo” com essa pessoa.
Letícia Gonçalves é Médica de família e comunidade (RQE 51460) com formação em Psicologia Positiva e Medicina do Estilo de Vida, parceira e membra da diretoria científica do Movimento Médicos Atletas.
É coaching de saúde e especialista em ajudar pessoas a encontrar seu florescimento em saúde, conquistando qualidade de vida, longevidade e uma vida plena.
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